Compositor: Cristiano De André / Giorgio Vanni / Oliviero Malaspina
A estrada está cheia de luzes de lua
E as tuas mãos velas para o mar
Nesta noite em que vale a pena
O ofegar das chaminés
Gênova era uma garota morena
Colecionista de estupor e tédio
Gênova abria os seus lábios escuros
Ao sopro quente da macaia
E agora se penso em ti eu morro um pouco
Se penso em ti que não te rendes
Garota silenciosa dos olhos duros
Amiga que me perdes
Agora fizemos tarde
Agora talvez seja muito tarde
Vozes de um céu frio já longínquo
As velas são de um adeus silencioso
Com uma mão te explico a estrada
Com a outra depois te peço ajuda
Gênova agora fechou em um copo
As vozes cansadas, as vozes estrangeiras
Gênova fechaste entre os ciúmes
As tuas últimas fantasias
E agora se penso em ti eu morro um pouco
Se penso em ti um pouco me rendo
Às vozes derrotadas dos bairros indolentes
Às garotas dos longos quadris
E a ti que um pouco me faltas
Porque é a vida inteira que grita dentro
Ou talvez o fumo de carregamento
Havia bocas para beber tudo
Para depois cuspir tudo ao céu
Eram noites à deriva
Noites de Gênova que não recordo e não creio
Gênova vermelha, rosa ventilada
De gerânios te fazias a estrada
Gênova de arenito e pedra
Alma naufragada
Ver-te-ei afundar em um mar negro
Onde termina o ocidente
Ver-te-ei renascer incolor
E pedirás ainda amor
Sem saber aquilo que dás
Porque é a vida inteira que grita dentro
Ou talvez o fumo de carregamento
Havia bocas para beber tudo
Para depois cuspir tudo ao céu
Eram noites à deriva
Noites de Gênova que presenteia
Mulheres de madrepérola
Com a ferrugem sobre a voz
E cada uma leva nos ombros a sua cruz
Entre as estrelas a céu aberto
Enquanto dentro passa o tempo
Mesmo agora que te respiro
Agora que me surpreendes assim
Que se penso em ti eu morro um pouco
Que se penso em ti eu morro um pouco
Que se penso em ti eu morro um pouco