Compositor: Não Disponível
Tu habitavas na rua do amor mútuo
E eu, raramente, passava por aquela parte ali
O perfume do verão, às vezes, era agradável
E as tuas medalhas de mérito sobre o peito brilhavam
Brilhavam muito mais do que as minhas feridas
Tu caminhavas na inquietude
E o meu fardo era um sobrenome inexorável
Um deserto de incomunicação
Tu eras formado por danos irreversíveis
Que a droga provoca no cérebro
Eu um pouco disto um pouco daquilo
No fundo, nada de verdadeiramente útil
Tu eras bom em te refletir nas janelas
Eu, no entanto, em esvaziar as adegas
Para nós amigos, poucos amigos, pouquíssimos amigos
Tu eras fortíssimo em te inventar a realidade
Eu libérrimo em acreditar nela ou não acreditar
Eu sempre esperei que alguém um dia
Pudesse falar mal de nós
Mas éramos invisíveis, tão invisíveis
Que não nos viam nunca
Este tempo
Que levou embora a beleza e o nosso canto
Para nos trazer de volta sem uma razão
Mas agora que nos encontramos
Amanhã tudo mudará
Tu habitavas na rua do amor mútuo
E eu peguei um quarto de aluguel
Naquela parte ali
Eu demonstrava fundamentalmente os meus anos
Tu, agora, não sabias mais quais fossem os teus
Porque em Gênova se morria aos vinte anos
Mas sem tornar-se nunca, nunca heróis
Com os teus separados por tiros de calibre 38
E os meus tidos juntos pela esperança à humanidade
Estávamos sempre além de todos os limites
Aquele limite era uma promessa para nunca quebrar
Tu eras ótimo em bailar sobre as ruínas
Eu, porém, em roubar ideias
De nós amigos, poucos amigos, pouquíssimos amigos
Tu eras fortíssimo em te inventar a realidade
Eu libérrimo em acreditar nela ou não acreditar
Eu sempre esperei que alguém um dia
Pudesse nos notar
Mas éramos invisíveis, que não nos viam nunca
Este tempo
Que levou embora a beleza e o nosso canto
Para nos trazer de volta sem uma razão
Mas agora que nos encontramos
Amanhã tudo mudará
Este tempo
Que levou embora a beleza e o nosso canto
Para nos trazer de volta sem uma razão
Mas agora que nos encontramos
Amanhã tudo mudará